Isis e Osíris

Numa bolha fora do Tempo, num silêncio sepulcral…
Uma a uma, das partes do seu corpo, juntei no centro do meu Altar e cobri-o, com o mais puro manto de linho.

Sobre mim, senti dezenas de olhares de reprovação.
Mas atrás de mim, a força de Anúbis. E à minha frente, o olhar aquiescente de Thot.
Não precisei de mais nada!

Ergui as mãos acima da minha cabeça, gritei o nome Sagrado de Rá, e invoquei a Magia do meu Sangue.
A Magia da minha Família, que me observava das Esferas acima dos céus… sem julgamento.

Do solo, irrompeu a minha Irmã Negra, trazendo todo o seu poder criacional consigo, e toda a força do Nilo.
Lilith, Lilith, Lilith…
Deslizou sobre o meu corpo, subiu, e enrolou os seus poderosos anéis, em volta do meu braço direito, até à minha mão.

Maravilhou-me a forma generosa do seu corpo, que eu apertei gentilmente, enquanto os meus lábios proferiam as palavras de poder, e das escamas do seu ventre se abriu uma fenda, e dela emergiu uma Serpente Verde Esmeralda. E depois outra, e outra, e outra, e outra…
Até o transe me invadir e instigar a dançar.

Rodopiei com as mãos acima da minha cabeça, arrebatada para trás, enquanto criava um vórtice de fogo esmeralda sobre as partes do corpo do meu Amado.

Thot falou, e as minhas asas nasceram pela primeira vez neste mundo de terra e água.

Ergui o puro manto de linho, e Osíris olhou para mim, inteiro!

A barca desceu, convidando-nos a bordo, e abandonámos este mundo.

Isis de Sirius
Sonho na Madrugada de Alban Arthan (Solstício de Inverno) de 2018



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